Fim de Carnaval é sinônimo de movimento mais intenso nos hospitais de Salvador. Não por causa da violência nos circuitos da folia, mas devido à propagação de viroses. E este ano não foi diferente. Só que, agora, a causa da superlotação nos setores de emergência é Dalila. A personagem que deu nome ao hit mais executado no Carnaval 2009também identifica o vírus que está deixando de cama uma boa parcela da população. Inclusive quem não brincou.
Em algumas unidades, como o Hospital da Bahia, vem sendo registrado aumento de quase 100% no número de atendimentos, com predominância de pacientes com febre alta, dor de garganta, dor muscular e tosse. O hospital que na semana anterior ao Carnaval atendeu em média entre 90 e 100 pacientes por dia na emergência, na semana seguinte chegou a 190 atendimentos diários.
O infectologista Fernando Badaró, do Hospital Couto Maia, explica que, durante o Carnaval, o vírus mutante do influenza, que causa a gripe, encontra o ambiente propício para se proliferar e causar surto, atingindo milhares de pessoas. A facilidade na propagação do vírus, principalmente por via oral, deve-se, sobretudo, às características da folia, de aglomeração, impondo um contato físico muito próximo.
Este ano, segundo ele, houve ainda uma contribuição dos períodos de chuva à noite, que empurraram as pessoas para um contato ainda maior em espaços fechados.
Além disso, explica o especialista, a má alimentação associada ao grande consumo de álcool e as noites perdidas ou maldormidas, diminuem a resistência orgânica ao vírus.
As viroses, no entanto, não representam a principal fonte de preocupação dos especialistas, porque, geralmente, têm duração de uma semana. O que preocupa de fato é a dengue, que, dependendo do quadro, pode matar. E o problema é que muitos pacientes confundem os sintomas da dengue com os de outras viroses e se automedicam, sem procurar ajuda médica. Alguns dos sintomas da dengue - febre, dor de cabeça, dores no corpo - são apresentados por quem foi picado pelo mosquito transmissor da dengue.
Fonte: Ciência e Saúde Uol
Vale lembrar que, em caso de dengue, medicamentos que contêm ácido acetilsalicílico (como Aspirina, AAS, Bufferin, por exemplo) são contraindicados porque favorecem hemorragias.
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