terça-feira, 17 de março de 2009

Notícia: Médicos trabalham com hipótese de morte cerebral de Clodovil



O estado de saúde do deputado federal Clodovil Hernandes (PR-SP), internado desde a manhã de segunda-feira no Hospital Santa Lúcia, em Brasília, continua grave, segundo boletim médico divulgado nesta manhã. Os médicos trabalham com a possibilidade de morte cerebral e informaram que Clodovil será submetido a exames nesta terça-feira para avaliar o seu estado neurológico.
O boletim médico divulgado às 7h30 informa que o deputado segue em "coma profundo", apresentando quadro de "extrema gravidade". Os exames que serão realizados no decorrer do dia devem, segundo os médicos, medir "a gravidade da lesão cerebral e afastar a possibilidade de morte cerebral".
O deputado foi internado às 8h17 desta segunda-feira, após ter sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC). O deputado foi encontrado por um funcionário da casa onde mora em Brasília, por volta das 7h, caído ao lado da cama. Na tarde de ontem, o hospital informou que Clodovil teve uma parada cardiorrespiratória de cerca de cinco minutos por volta das 14h15, mas foi reanimado pela equipe médica.
O médico Allan Ricardo Coutinho Ferreira explicou que o deputado será submetido ao exame de Doppler Transcraniano que é feito no leito do paciente para evitar que ele se movimente. O exame demora cerca de 12 horas para ser concluído porque geralmente precisa ser repetido para se obter uma contra-prova do resultado.
As funções vitais de Clodovil são mantidas por meio de equipamentos e medicamentos. Caso se confirme um quadro de morte cerebral, esse tipo de suporte será interrompido.
"Todos aqueles suportes usados para manter a vida, no momento em que se confirma a morte cerebral, não são mais necessários. (...) O cérebro controla todo o organismo -a parte consciente e inconsciente, o sistema nervoso, controla o batimento cardíaco -uma vez que se tem morte cerebral, todos esses controles são perdidos, então, geralmente de 6 a 8 horas depois do diagnóstico, dificilmente você consegue manter o paciente vivo. A gente muitas vezes nem chega a interromper esses suportes", explica o médico.
Segundo Ferreira, o Doppler Transcraniano tem o objetivo de medir o fluxo de sangue no cérebro do paciente. "Se tem fluxo adequado no cérebro é sinal de que tem vida, se o fluxo de sangue está alterado no cérebro, não posso afirmar nada até fazer uma segunda prova. O exame pode dar um resultado conclusivo, ou pode dar que tem o fluxo e se descartar a possibilidade de morte cerebral. Ou ele pode ser algo que diga que a alteração é compatível com um quadro de morte cerebral. Quando isso ocorre, a gente repete o exame pra comprovar", afirma.
Segundo ele, não é possível se afirmar em que horário o deputado sofreu o AVC já que foi durante a noite e ninguém estava com ele. O médico explica que, se o deputado tivesse sofrido o AVC durante o dia, o socorro teria sido mais rápido e talvez seu quadro não ficasse tão grave.
"É lógico que se tivesse acontecido de dia, por exemplo, na Câmara dos Deputados, teria se agido mais precocemente e nessas situações o tempo conta. Em qualquer doença, quanto mais rápido se consegue agir, melhor", disse.
Segundo Ferreira, foi feito tudo o que poderia ser feito pelo deputado. O quadro de coma profundo, segundo ele, não dá condições aos médicos de avaliar o que poderá ocorrer.
"Já tivemos pacientes em situação de coma profundo que depois de algum tempo apresentaram recuperação e saíram de alta do hospital. Quer dizer que vai ser esse quadro? Não, a grande maioria desses quadros a gente vê um desfecho ruim. Quer dizer que todos os desfechos são ruins? Não, às vezes você tem um desfecho que te surpreende. A medicina não é uma ciência exata", afirmou.

Fonte: MARINA MELLO
Direto de Brasília
Site: Terra

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